Enquanto nós conhecemos o livro de Júlio Verne pelo título “A volta ao mundo em oitenta dias”, o escritor batizou a obra originalmente como “Le Tour du Monde en Quatre-Vingts Jour”. Mas por que os falantes de francês precisam multiplicar quatro por vinte para formar oitenta?

A resposta está no Sistema de numeração vigesimal que tem como base o número vinte e era usado nos tempos da Gália. Se relaciona às contagens primitivas feitas com os dedos.

A base vinte é usada para a contagem e nomeação dos numerais na Língua francesa na qual, por exemplo, o número 80 é designado por quatre-vingts ou seja, literalmente, “quatro-vintes”. Há também a forma huitante usada em Suíça.

A explicação remonta à época em que o território da França correspondia à Gália, terra dos personagens Asterix e Obelix. Com a conquista da Gália, os romanos impuseram a língua latina, que deu origem ao francês moderno. Mas a língua conservou características do céltico, que não tinha base decimal, mas sim no número 6. Esse sistema estendia-se ainda à contagem do tempo: para os gauleses, um século compreendia um espaço de 120 anos.

Dessa forma, o francês conta com dezenas próprias somente até o número 60, para dizer 90, por exemplo, usa-se quatre-vingts-dix, ou “quatro vezes vinte mais dez”. Esse sistema numérico existe também na língua de outros povos de origem celta, como o gaélico dos irlandeses.

Por mais diferente que possa parecer, a base 6 – originada ainda na Babilônia – está presente em mais aspectos do nosso cotidiano do que parece: basta reparar que o dia tem 24 horas, duas metades de 12, cada um formada por 60 minutos.

Se você deseja aprender sobre os números, o artigo Números em francês: contando de 1 a 1 milhão será muito útil.

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