Alguma vez você teve a sensação de compreender instintivamente o significado de uma palavra em outro idioma, até mesmo de um idioma que você nunca tenha falado ou que alguém tenha te ensinado?
O cientista Madhuvanthi Kannan, da Universidade de Yale nos Estados Unidos, afirma que existe uma explicação para isso acontecer, e tem a ver com a forma que nosso cérebro foi desenvolvido.
Na verdade, quando somos crianças, o nosso cérebro está em melhor harmonia com o entendimento de “simbolismo auditivo” que quando somos adultos, e se perde uma grande quantidade desta capacidade a medida que vamos envelhecendo e também quando aprendemos nosso primeiro idioma.
Kannan afirma que a maioria de nós, somos realmente capazes de adivinhar o significado correto de palavras desconhecidas quando se administra duas palavras e dois significados.
“A mesma tendência permanece para palavras que não existem. Nosso cérebro as codifica utilizando como parâmetro o som destas palavras”, diz Kannan.
Mas, por que isso acontece? Investigadores explicam como o “simbolismo auditivo”, é suficiente para darmos uma ideia de seu significado, devido à forma em que nossa mente realiza mapas de sons dando um significado a cada um deles.
A sinestesia (do grego συναισθησία, συν- (syn-) “união” ou “junção” e -αισθησία (-esthesia) “sensação”) é um fenômeno que afeta cerca de 1% das pessoas ao redor do mundo, onde a estimulação de uma via sensorial ou cognitivo leva a uma resposta involuntária em outro sentido ou via cognitiva. No caso da linguagem, uma pessoa com essa capacidade, pode ouvir uma palavra falada e automaticamente ver uma cor, ou experimentar um sabor, ou cheiro.
Pesquisadores decifraram que tanto os sinestésicos (alguém que experimenta sinestesia) e os não-sinestésicos eram bons adivinhadores de palavras desconhecidas, mas os sinestésicos eram melhores, o que sugere que a sinestesia e o “simbolismo auditivo” de alguma maneira estão vinculados.
“A medida que vamos nos especializando em nossa língua materna, estas conexões do cérebro se fortificam e fazem diminuir a nossa sensibilidade para línguas estrangeiras”, completa Kannan.