Ao longo de 2015, o Peru reconheceu oficialmente 31 das línguas indígenas existentes no país, onde espanhol é língua mãe de 83,9% dos habitantes. Instituições públicas deverão utilizar as grafias originárias, incluindo certidões bilíngues de nascimento, casamento e óbito, se o cidadão exigir.

No caso peruano, o reconhecimento desses alfabetos é feito por resolução do Ministério da Educação, válida a partir de sua publicação em Diário Oficial. A grafia mais recentemente oficializada, em 7 de janeiro de 2016, foi do kapanawa, falado por 400 pessoas da selva norte do país. Seu alfabeto tem 20 letras.

Um dos desafios são os sistemas operacionais usados pelos órgãos oficiais, que ainda não possuem algumas letras desses alfabetos, mas este fato não pode ser usado como justificativa para recusar sua utilização. No Peru, existe uma lei (Lei N° 29735), que regulamenta o “uso, preservação, desenvolvimento, recuperação, fomento e difusão de línguas originárias”, e prevê a oficialização de suas regras de escrita.

A língua mais usada nos documentos bilíngues é o awajún. Citado pelo jornal El País, o Reniec (Registro Nacional de Identificación y Estado Civil), responsável por emitir certidões, informa que há entrada de 1.005 nascimentos, 54 casamentos e 154 óbitos em awajún desde maio de 2015. Este é o quarto idioma originário mais usado, por 70 mil habitantes de quatro departamentos. Desde novembro, é feito também registro em aimará, falado em três departamentos do sul e do Altiplano, na fronteira com a Bolívia.

A estimativa é que o Peru tenha entre 43 e 60 dialetos originários. O número pode mudar dependendo da metodologia usada porque algumas consideram algumas variações como idioma diferente, enquanto outras, não. Segundo o governo, sete correm risco de desaparecer porque são faladas por idosos e não são ensinadas às pessoas mais jovens. O objetivo é conseguir tornar oficial o uso de todos até 2017.

O conjunto de todos os quechuas correspondem à primeira língua de 13,2% da população, e o aimará, a 1,8% (oficializados em 1985). Os países que concentram maior número de falantes de quéchua são Peru, Bolívia, Equador e Colômbia. Aimará é falado principalmente na Bolívia, Argentina, Peru e Chile.


Via Blog Rede LatinAmérica

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