Original do mongol ou tibetano Dalai-lama, em que “dalai” é oceano, e “lama”, aliteração de “blama”, é senhor, espírito. Designa o chefe religioso e político do lamaísmo, variação do budismo, tal como praticado no Tibete e na Mongólia, com rituais tântricos e xamanísticos. Figura referencial da hierarquia monástica, é chamado Sua Santidade, mesmo tratamento dispensado ao papa pelos católicos.
O atual dalai-lama, o 14º, reencarnado aos 2 anos de idade, é Lhamo Thondup, nome civil de Tenzin Gyatso. Filho de camponeses de Taktser, vila do nordeste tibetano, ele vive exilado na Índia desde 1959 e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989.
Os dalai-lamas são tidos como manifestações de Avalokiteshvara ou Chenrezig, o Bodhisattva da Compaixão. Por temer sua liderança, em 2007 o governo de Pequim proibiu reencarnar em território chinês, veto que beira o surrealismo.