A expressão “a preço de banana” refere-se a algo que é vendido por um valor muito baixo, simbolizando a facilidade e a abundância com que a banana é cultivada e comercializada. A origem dessa expressão remonta à época da colonização do Brasil, quando a banana era uma fruta amplamente disponível e de fácil cultivo, tornando-se um símbolo de produtos baratos.

Historicamente, a banana se tornou uma fruta popular em várias partes do mundo, especialmente nas Américas, onde sua produção e consumo cresceram significativamente durante os séculos XIX e XX. Essa popularidade fez com que a banana fosse associada a preços acessíveis, refletindo sua fartura no mercado.

A expressão também ganhou conotações pejorativas ao longo do tempo, especialmente em contextos políticos, como na referência à “república de bananas”, que descrevia países economicamente dependentes e instáveis.

A banana e o primeiro herege

A banana esteve presente na condenação do primeiro herege brasileiro, Pedro de Rates Henequim, que, entretanto, veio para cá importado. Ele nasceu em Lisboa em 1680. Era filho ilegítimo de um cônsul holandês com uma moça portuguesa muito pobre. Viveu vários anos no Brasil e voltou para Portugal em 1722, tendo sido executado em auto de fé, em sua cidade natal, em 1744.

Mas o que fez Pedro de Rates Henequim para ser queimado vivo em praça pública? Escreveu suas pouco famosas 101 teses, nas quais defendia ideias no mínimo curiosas e algumas delas muito divertidas. Henequim levou a sério as ideias daqueles que consideravam ser a América, e especialmente o Brasil, o mais aprazível dos lugares.

Segundo a propaganda dos primeiros séculos, aqui não corria leite e mel porque os portugueses não tinham trazido a vaca, mas o mel era conhecido dos índios, que o extraíam de favos na floresta.

Para Henequim, Deus tinha criado o paraíso terrestre, o famoso Éden, no Brasil. Quando os primeiros navegadores chegaram, ainda puderam ver os últimos rastros de Adão na praia, quando de sua expulsão pelas hostes do arcanjo Miguel e sua espada de fogo. Convicto dessa certeza, passou a elaborar suas teses e desdobrá-las em complexas afirmações. O seu fruto proibido tinha sido a banana. Deus criara o mundo em língua portuguesa, o idioma oficial do céu.

Assim, não dissera fiat lux, que depois seria simples marca de fósforo, mas o elegante “faça-se a luz”. Bem antes de Freud, intuiu que o pecado original, sempre ligado à nudez e ao sexo, tinha outros símbolos fálicos além da serpente. Nem figos, nem maçãs, como quiseram os renascentistas. Havia uma banana na História da Salvação. Para cometer o primeiro pecado, Eva não descascou o abacaxi, mas a banana.

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