Dominar a língua portuguesa pode ser um desafio, mesmo para falantes nativos. Destacamos os 100 erros mais comuns em português, oferecendo dicas práticas para evitá-los. Descubra como evitar esses tropeços comuns e eleve seu domínio do português a novos patamares.
1 – “Mal cheiro”, “mau-humorado”.
Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 – “Fazem” cinco anos.
Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 – “Houveram” muitos acidentes.
Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 – “Existe” muitas esperanças.
Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 – Para “mim” fazer.
Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 – Entre “eu” e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 – “Há” dez anos “atrás”.
Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 –“Entrar dentro.
O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 – “Venda à prazo”.
Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 – “Porque” você foi?
Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 – Vai assistir “o” jogo hoje.
Assistir como presenciar exige “a”: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com “a”: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 – Preferia ir “do que” ficar.
Prefere-se sempre uma coisa “a” outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 – O resultado do jogo, não o abateu.
Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 – Não há regra sem “excessão”.
O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinqüenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
15 – Quebrou “o” óculos.
Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 – Comprei “ele” para você.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 – Nunca “lhe” vi.
“Lhe” substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 – “Aluga-se” casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 – “Tratam-se” de.
O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 – Chegou “em” São Paulo.
Verbos de movimento exigem “a”, e não “em”: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 – Atraso implicará “em” punição.
Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 – Vive “às custas” do pai.
O certo: Vive à custa do pai. Use também “em via de”, e não “em vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 – Todos somos “cidadões”.
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros:caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 – O ingresso é “gratuíto”.
A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma:flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 – A última “seção” de cinema.
“Seção” significa divisão, repartição, e “sessão” equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 – Vendeu “uma” grama de ouro.
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 – “Porisso”.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 – Não viu “qualquer” risco.
É “nenhum”, e não “qualquer”, que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 – A feira “inicia” amanhã.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 – Soube que os homens “feriram-se”.
O “que” atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou… O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto… / Como as pessoas lhe haviam dito… / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 – O peixe tem muito “espinho”.
Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil “(fusível) queimou. / Casa “germinada”(geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).
32 – Não sabiam “aonde” ele estava.
O certo: Não sabiam onde ele estava. “Aonde” se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 – “Obrigado”, disse a moça.
“Obrigado” concorda com a pessoa: Obrigada, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 – O governo “interviu”.
Intervir conjuga-se como “vir”. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 – Ela era “meia” louca.
O certo é “meio”, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 – “Fica” você comigo.
“Fica” é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é “fique”: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 – A questão não tem nada “haver” com você.
A questão, na verdade, não temnada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 – A corrida custa 5 “real”.
A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 – Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 – Foi “taxado” de ladrão.
Tachar é que significa “acusar de”: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 – Ele foi um dos que “chegou” antes.
“Um dos que” faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 – “Cerca de 18” pessoas o saudaram.
“Cerca de” indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 – Ministro nega que “é” negligente.
“Negar que” introduz subjuntivo, assim como “embora” e “talvez”: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 – Tinha “chego” atrasado.
“Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 – Tons “pastéis” predominam.
Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 – Lute pelo “meio-ambiente”.
“Meio ambiente” não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 – Queria namorar “com” o colega.
O “com” não existe: Queria namorar o colega.
48 – O processo deu entrada “junto ao” STF.
Processo dá entrada “no” STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não “junto ao“) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não “junto aos“) leitores. / Era grande a sua dívida com o(e não “junto ao“) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao“) Procon.
49 – As pessoas “esperavam-o”.
Quando o verbo termina em “m”, “ão” ou “õe”, os pronomes “o, a, os” e “as” tomam a forma “no, na, nos” e “nas”: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 – Vocês “fariam-lhe” um favor?
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
51 – Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.
“Há” indica passado e equivale a “faz”, enquanto “a” exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por “faz”): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro)cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 – Blusa “em” seda.
Usa-se “de”, e não “em”, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 – A artista “deu à luz a” gêmeos.
A expressão é “dar à luz”, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
54 – Estávamos “em” quatro à mesa.
O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 – Sentou “na” mesa para comer.
Sentar-se (ou sentar) “em” é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 – Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 – O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por:
O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58 – À medida “em” que a epidemia se espalhava…
O certo é: À medida que a epidemia se espalhava… Existe ainda “na medida em que” (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 – Não queria que “receiassem” a sua companhia.
O “i” não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe “i” quando o acento cai no “e” que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 – Eles “tem” razão.
No plural, “têm” é assim, com acento. “Tem” é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 – A moça estava ali “há” muito tempo.
Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 – Não “se o” diz.
É errado juntar o “se” com os pronomes “o, a, os” e “as”. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 – Acordos “políticos-partidários”.
Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 – Fique “tranquilo”.
O “u“ pronunciável depois de “q“ e “g“ e antes de “e“ e “i“ exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi. O novo Acordo Ortográfico retirou o uso da trema.
65 – Andou por “todo” país.
“Todo o” (ou “a”) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem “o, todo” quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 – “Todos” amigos o elogiavam.
No plural, “todos” exige “os”: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 – Favoreceu “ao” time da casa.
Favorecer, nesse sentido, rejeita “a”: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 – Ela “mesmo” arrumou a sala.
Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável:Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 – Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.
Não se pode empregar “o mesmo” no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não”dos mesmos”).
70 – Vou sair “essa” noite.
É “este” que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 21).
71 – A temperatura chegou a 0 “graus”.
Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72 – A promoção veio “de encontro aos” seus desejos.
“Ao encontro de” é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. “De encontro a” significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 – Comeu frango “ao invés de” peixe.
“Em vez de” indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. “Ao invés de” significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 – Se eu “ver” você por aí…
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma:Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 – Ele “intermedia” a negociação.
“Mediar” e “intermediar” conjugam-se como “odiar”: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 – Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “adequa”, “adeque”, etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 – Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou“expluda”, substituindo essas formas por rebente, por exemplo. “Precaver-se” também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”, “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.
Existe uma grande polêmica em torno do verbo explodir. Alguns gramáticos consideram explodir um verbo defectivo, não sendo conjugado em todas as pessoas ou tempos verbais. Assim, consideram que as palavras exploda e expluda não existem.
Por outro lado, alguns dicionários conjugam explodir como um verbo regular, aceitando essas duas opções como formas conjugadas no presente do subjuntivo, salientando que exploda é a forma mais utilizada no português falado no Brasil e expluda é a forma mais utilizada no português falado em Portugal.
78 – Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. “Reaver” segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra “v”: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem “reavejo, reavê“, etc.
79 – Disse o que “quiz”. Não existe “z”, mas apenas “s”, nas pessoas de “querer “e “pôr”: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 – O homem “possue” muitos bens.
O certo: O homem possui muitos bens.Verbos em “uir” só têm a terminação “ui”: Inclui, atribui, polui. Verbos em “uar” é que admitem “ue”: Continue, recue, atue, atenue.
81 – A tese “onde”…
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use “em que”: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que… / A faixa em que ele canta… / Na entrevista em que…
82 – Já “foi comunicado” da decisão.
Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os empregados da decisão.Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 – Venha “por” a roupa.
“Pôr”, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com “pôde” (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos(cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 – “Inflingiu” o regulamento. “Infringir” é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. “Infligir” (e não “inflingir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 – A modelo “pousou” o dia todo.
Modelo “posa” (de pose). Quem “pousa” é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 – Espero que “viagem” hoje.
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 – O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 – Comprou uma TV “a cores”.
Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 – “Causou-me” estranheza as palavras.
Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras).
90 – A realidade das pessoas “podem” mudar.
Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não “foram punidas“).
91 – O fato passou “desapercebido”.
Na verdade, o fato passou “despercebido”, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 – “Haja visto” seu empenho…
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 – A moça “que ele gosta”.
Como se gosta “de”, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu),a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 – É hora “dele” chegar.
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado… / Depois de esses fatos terem ocorrido…
95 – Vou “consigo”.
“Consigo” só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não “para si”).
96 – Já “é” 8 horas.
Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 – A festa começa às 8 “hrs.”.
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms”), 5 m, 10 kg.
98 – “Dado” os índices das pesquisas…
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas… / Dado o resultado… / Dadas as suas idéias…
99 – Ficou “sobre” a mira do assaltante.
“Sob” é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. “Sobre” equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 – “Ao meu ver”.
Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.