Como só é possível retroceder o tempo até um determinado período, até hoje os estudiosos não puderam precisar qual a língua mais antiga do mundo ou a “grande mãe” de todos os idiomas falados atualmente. A linguagem pode ter aparecido ao mesmo tempo em vários pontos, assim como ter surgido em um único lugar e de lá espalhado pelo mundo. Os especialistas lidam com ambas as hipóteses. Na condição de construção social e cultural, mesmo se fosse identificada, a língua mais antiga já teria passado por diversas modificações ao longo dos séculos.

No entanto, as hipóteses de como seria a primeira língua do mundo foram geradas a partir de estudos do cérebro humano. Ela contaria provavelmente com um vocabulário pequeno – composto de termos concretos, palavras para indicar coisas corriqueiras, como andar, correr, pedra – e com um sistema fonético bastante simples.

Sumério e indiano

Estudos voltados às línguas sugerem que a suméria é a língua escrita mais antiga das que se têm testemunhos gráficos. As primeiras inscrições têm origem em 3000 a.C. e seu alfabeto é cuneiforme.

Até o ano 1000 a.C. a língua indo-iraniana era dividida em duas: o ramo indiano ou indo-ário e o iraní ou persa. O ramo indiano desenvolveu-se no noroeste da Índia. Sua história pode ser dividida em três grandes etapas: o indiano antigo, que inclui o védico e o sânscrito; o indiano médio, com os dialetos vernáculos do sânscrito, chamados prácritos (dos quais procede o páli, língua sagrada dos textos budistas), e o indiano novo ou moderno.

As línguas relevantes são o híndi e o urdu. A primeira, falada pelos hindus (cerca de 180 milhões), tem sua origem no sânscrito. A segunda, de origem persa, é a língua dos muçulmanos.

As outras línguas indianas são o bengali (falada por mais de 120 milhões de pessoas em Bengala e Bangladesh), o penjabi, o biari, o cingalês (idioma oficial do Sri Lanka) e o romani (língua dos ciganos). Cerca de 150 milhões de pessoas falam 23 línguas dravídicas, principalmente no sul da Índia. Quatro têm condição para serem idiomas oficiais: tamil, télugo, canará e malaio. Estas línguas têm produção literária e escrita autônomas.

Hebraico

O hebraico ficou fora de uso por volta de 400 dC e, em seguida, permaneceu preservado como uma linguagem litúrgica para judeus em todo o mundo. No entanto, juntamente com o surgimento do sionismo nos séculos XIX e XX, a língua passou por um processo de revitalização para se tornar a língua oficial de Israel.

Mesmo que a versão moderna tenha se diferenciado da versão bíblica, falantes nativos de hebraico conseguem compreender plenamente o que está escrito no Antigo Testamento. Os oradores mais antigos do hebraico moderno usavam o iídiche como sua língua nativa e assim o hebraico moderno foi também influenciado por esta outra língua judaica.

Acadiano

A língua acádia, também conhecida como acadiano, é o idioma mais antigo de se que tem registros escritos. Era falada na antiga Mesopotâmia, território que hoje inclui boa parte do Iraque e do Kuwait, além de partes da Síria, da Turquia e do Irã. Seu registro mais antigo data do século XIV a.C., e acredita-se que a língua não seja falada há 2 mil anos.

O idioma foi preservado em inscrições em pedras e barro, e há várias décadas estudiosos do mundo todo vêm trabalhando para decifrar suas palavras. Em 2011, pesquisadores da Universidade de Chicago publicaram um dicionário de 21 volumes, cujo valor total passa dos mil dólares.

O acadiano tem características gramaticais similares ao árabe clássico, com substantivos e adjetivos variando em gênero, número e declinação. Há dois gêneros (masculino e feminino), conjugações verbais exclusivas para cada pronome da primeira, segunda e terceira pessoas, além de três formas de número: além do singular e do plural, há a flexão dual, que indica conjuntos de duas coisas.


Via Hypeness

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