A cultura portenha, conhecida por seu estilo de vida vibrante e sua personalidade forte, também se expressa por meio de uma linguagem cheia de gírias e expressões locais. O dialeto de Buenos Aires, com influências italianas, espanholas e indígenas, criou uma forma única de comunicação.

NPN h Lgo. El título de este punto de vista dice —en el código para escribir en teléfonos móviles— “No pasa nada. Hasta luego”. Es que resulta francamente incomprensible el excesivo alboroto que se hace en contra de estos “lenguajes” de uso específico, argumentando que arruinan el uso del correcto castellano. Siempre hubo códigos en el mundo: sin ir más lejos, el lunfardo y el “vesre” o el slang americano. Lo que no implica de ningún modo que quien los conoce no hable y escriba correctamente en su idioma. Por lo demás, la adolescencia siempre tuvo códigos para diferenciarse, desde la vestimenta hasta —precisamente— el lenguaje(…). (El Clarín,18/10/2005)

O artigo acima além de fazer a defesa das atuais linguagens “codificadas” empregadas pelos jovens, tanto nos aparelhos celulares quanto nos e-mails, cita ainda fenômenos anteriores e igualmente presentes na língua castelhana, denominados vesre (que significa “revés”, ao contrário) e que pode ser considerado “a gíria da gíria”, uma vez que é um produto derivado do lunfardo, dialeto usado pelos argentinos, mais especificamente os de Buenos Aires.

Boludo e chabón

O lunfardo surgiu na virada do século XIX para o século XX e sua origem remonta à chegada dos imigrantes italianos na Argentina. É considerado marca registrada da fala do portenho (argentino de Buenos Aires e região metropolitana), um legado cultural que se “personificou” em inúmeras letras de tango.

Por outro lado, o vesre se constitui como uma modalidade do lunfardo e cria novas palavras a partir da mescla das sílabas. Exemplos típicos de lunfardo e vesre são as palavras boludo e chabón.

Seja naquela partida acalorada de futebol ou nos filmes argentinos, o termo boludo aparece inevitavelmente nos mais variados contextos, chegando a ser até uma forma “carinhosa” de tratamento. Etimologicamente, a palavra boludo está diretamente relacionada à genitália masculina, mas seu uso no cotidiano adquire significados mais suaves, como algo fácil de se realizar (“Esta apuesta es una boludez”), ingênuo, tonto (“¡Qué boludo eres!”). Em vesre, boludo é dolobu ou dobolu ou simplesmente, bolu.

Já a palavra chabón (ou boncha em vesre) é derivada de chaval (menino) e foi resgatada pela juventude, sendo usada de maneira bem coloquial entre os jovens (equivalente ao “tio” da Espanha e ao “cara” do Brasil).

Mini-Dicionário Vesre

  • broli: “vesre” de libro (livro)
  • camba: “vesre” de bacán (bacana, bem de vida)
  • cañemu: “vesre” de muñeca (boneca, manequim, mulher frívola, enfeitada)
  • checo: “vesre” de coche (carro)
  • davi: “vesre” de vida
  • gomán: “vesre” de mango (dinheiro)
  • ispa: “vesre” de país
  • naca: “vesre” de cana (cadeia)
  • ñaca: “vesre” de caña (bebida alcoólica)
  • potién: “vesre” de tiempo (tempo)
  • tordo: “vesre” de doctor (doutor)
  • trompa: “vesre” de patrón (patrão, dono)
  • verse: revés de revés

Via UOL

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