Cinco planetas podem ser vistos a olho nu e são conhecidos desde a Antiguidade: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Os nomes são uma homenagem a deuses da mitologia greco-romana e atravessaram os séculos, sendo chamados assim em todo o Ocidente, herdeiro cultural da Grécia e da Roma antigas. Mas, para outros povos, os planetas tinham nomes diferentes. Só em 1919 a situação ficou mais organizada, com a criação da União Internacional dos Astrônomos (IAU), cujo objetivo é promover a cooperação entre astrônomos de todo o mundo e, entre outras coisas, regulamentar os nomes das novas descobertas.

E há uma série de regras para isso. Por exemplo, estrelas são nomeadas com siglas (uma exceção é Cor Caroli, da constelação Cães de Caça). Planetas-anões têm nomes pronunciáveis e sem caráter comercial.

Essas definições servem para evitar lambanças intergaláticas. No Sistema Solar, já teve gente que quis dar nome de rei a um planeta ou homenagear colegas astrônomos. A entidade evita isso, pois ela barra associações à política ou à religião.

Mapa do céu

Os primeiros a batizar planetas foram os sumérios, povo que ocupava a região da Mesopotâmia (atual Iraque) há 5 mil anos. Eles já haviam identificado cinco “estrelas” que se moviam no céu, enquanto as demais permaneciam paradas, e acreditaram que fossem deuses. De acordo com as características de cada uma, elas ganharam nomes relacionados com as divindades.

Séculos depois, os romanos adaptaram os nomes dos planetas de acordo com suas próprias divindades. As cinco estrelas dos sumérios ganharam novos nomes: Enki, a que se movia mais rápido, recebeu o nome de Mercúrio, o veloz mensageiro dos deuses. Vênus, a deusa da beleza, batizou a mais brilhante das estrelas, Inanna. A vermelha Gugalanna, cor do sangue, ganhou o nome de Marte, deus da guerra. Enlil, a maior, foi chamada de Júpiter, nome latino de Zeus, senhor do Olimpo. Ninurta, a mais lenta de todas, cuja movimentação só era percebida pelos mais pacientes, ganhou o nome de Saturno, o deus do tempo.

Já o nome da Terra vem do latim antigo. Na época, a palavra já tinha os mesmos significados de hoje: solo, chão, território. Na mitologia romana, a Terra era representada pela deusa Gaia, ligada à fertilidade. Os outros três planetas foram descobertos há relativamente pouco tempo. Urano, descoberto em 1781, ganhou o nome do deus greco-romano que representava o céu. Netuno, visto pela primeira vez em 1846, foi batizado com o nome do deus romano dos oceanos.

O planeta mais distante de todos, Plutão, descoberto em 1930, por pouco não se chamou Percival, sugestão da mulher do astrônomo Percival Lowell, que havia previsto a existência do planeta em 1915. Foi a estudante inglesa Venetia Burney, na época com 11 anos, quem sugeriu aos pesquisadores que o astro recebesse o nome do deus romano dos mortos. Em 2006, Plutão foi rebaixado a planeta-anão.

Sol

Na Antiguidade, muitos povos consideravam a estrela uma divindade. Os gregos o chamavam de Hélio e os egípcios, de Rá. Os romanos deram o nome definitivo, mas a razão é desconhecida.

Mercúrio

É o planeta mais próximo do Sol e, por isso, o que dá a volta nele mais rápido. Por isso, na Grécia era chamado Hermes, o veloz mensageiro do Olimpo. O nome atual é a versão romana do deus.

Vênus

Homenageia a deusa romana do amor e da beleza. Teria esse nome pois era o que mais brilhava quando observado por astrônomos da Antiguidade. A olho nu, é claro, pois o telescópio é do século XVII.

Terra

O nome tem mais de mil anos e significa “solo” mesmo. Gregos chamavam o planeta de Gaia, entidade titânica que representa a terra. Romanos a chamavam de Telo.

Marte

Devido à cor vermelha, tem o nome do deus romano da guerra. Os astrônomos associaram a cor ao sangue. Já os egípcios o chamavam de O Vermelho. Na Ásia, Marte era Estrela de Fogo.

Júpiter

O maior planeta do Sistema Solar tem o nome da principal divindade romana. Para os gregos não era diferente. Júpiter chamava-se Zeus. Já os orientais o chamavam de Estrela da Madeira.

Saturno

É um dos titãs e pai de Júpiter. Como o planeta está mais longe que Júpiter em relação à Terra, acredita-se que isso tenha determinado seu nome, como uma representação de pai e filho.

Urano

Homenagem ao deus grego do céu. Seu descobridor, William Herschel, batizou-o de Georgian Sidus, em homenagem ao rei inglês Jorge III. O nome não pegou fora do Reino Unido e mudou em 1850.

Netuno

Quase se chamou Le Verrier, em homenagem a Urbain Le Verrier, um de seus descobridores. A comunidade astronômica não aceitou e em 1846 o nomeou em homenagem ao deus romano dos mares, devido à cor azul.

Plutão

Rebaixado a planeta-anão em 2006, hoje se chama 134340 Plutão. Foi descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh. Como fica bem longe do Sol, Plutão seria uma homenagem ao deus romano dos mortos.


Fontes: Superinteressante e Mundo Estranho

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