Quando a questão é se o inglês está ou não matando outras línguas, a resposta é simples: sim, está matando outras línguas da mesma forma que todo idioma associado a uma grande nação mata ou matou línguas minoritárias.

O francês está matando aos poucos o bretão, alsaciano, provençal e outras línguas minoritárias da França. O tailandês está matando o hmong e outras línguas minoritárias da Tailândia. O Russo matou muitas línguas urálicas e esquimós, tentou matar línguas turcas, como usbeque e cazaque e também tentou matar línguas caucasianas, como georgiano. Foi graças à queda da União Soviética e a renacionalização daqueles países que estas e outras línguas foram poupadas.

E quem sabe quantas línguas o mandarim está matando ainda hoje? Só Deus sabe! Da mesma forma, o inglês está matando ou matou centenas de outros idiomas nos Estados Unidos, como as línguas algonquinas e cherokee.

Também no Reino Unido e Irlanda, o inglês matou ou quase matou o celta, o gaélico, entre outras línguas menos conhecidas. Na Austrália, o inglês sem dúvida matou muitas línguas aborígenes.

As línguas associados às nações com grande poder econômico ou político matam línguas menores por motivos como:

  • Faculdades reconhecidas, onde o sucesso é determinado pelo conhecimento no idioma dominante.
  • Governo centralizado, onde o conhecimento do idioma dominante é crucial para encontrar um emprego e se manter no mercado de trabalho.
  • Migração urbana, removendo barreias linguísticas.
  • A própria globalização.

E muitos outros fatores.

Vale notar que muitos países e organizações tentam evitar essas situações já há algum tempo. A Índia reconhece diversas línguas de seu país em sua constituição; O Peru reconheceu recentemente a importância de suas línguas indígenas. E na internet podemos encontrar diversos projetos com o mesmo ideal, como por exemplo o Projeto de Idiomas em Risco de Extinção mantido pelo Google com o apoio de grandes universidades que visa catalogar e proteger o conhecimento contido em cada língua do mundo.

Países como Austrália e Nova Zelândia estão se esforçando cada vez mais para apoiar e não deixar ser extinta a língua maori, universidades e organizações nos Estados Unidos, como a Breath of Life Archival Institute for Indigenous Languages estão tentando salvar tribos americanas e incentivando-as a manter seus idiomas.

Estudos recentes sugerem que os efeitos que a expansão do inglês provoca equivale ao que outros idiomas já fizeram no passado ou que ainda fazem no presente, como os quais já citamos.

Porém, de uma coisa temos certeza, a França nunca se tornará um país de língua inglesa. Nem mesmo a Tailândia, Russia, China, Brasil ou qualquer outro país que já não seja de língua inglesa. Na verdade, não podemos pensar em nenhum momento de algum idioma simplesmente invadir e tomar o lugar de outro em um determinado país.

O inglês deve matar todas as outras línguas do Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e outros locais onde este é o idioma principal. Todas as outras línguas minoritárias no mundo podem ser aniquiladas pelas línguas dominantes em seus respectivos países ou regiões; podemos assistir ao triste destino de ficar com apenas algumas línguas por país, ou seja, várias centenas desaparecem. Mas enquanto países existirem, a língua inglesa não irá simplesmente substituir a língua local dominante.

O Brasil também pode ser um exemplo disso, o português é dominante (com suas grandes variações regionais) e matou (e ainda mata) centenas de idiomas indígenas; e muitos dos que ainda sobrevivem possuem pouquíssimos falantes e estão condenados à extinção.

O fato de línguas estarem entrando em extinção começa a ganhar notoriedade mundial, e o importante é saber o que isso realmente significa. Não se trata apenas da incorporação de termos ingleses, comuns na informática em línguas como a francesa ou italiana, mas sim do desaparecimento de culturas e conhecimentos, isso sim é o mais preocupante.


Original: Is english killing other languages? (em inglês)

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