O Esperanto forma as ideias por meio de suas palavras, cuja formação básica é: raiz + terminação (vogal final). Exemplo:

AMO (amor) = AM (raiz) + O (terminação do substantivo).

Esta junção dá nome à ideia expressa por esse sentimento (amor). Se mudarmos o final “O” para “A”, a palavra mudará sua classe e sua função:

AMA (amável) = AM (raiz) + A (terminação do adjetivo)

Esta palavra expressa uma qualidade, utilizando a mesma ideia da raiz. Mudando o final dessa palavra de “A” para “I”, teremos uma nova palavra, numa nova classe:

AMI (amar) = AM (raiz) + I (terminação do verbo)

Utiliza-se o mesmo procedimento, mas com a função de identificar uma ação. Se trocarmos ainda o final “I” pela letra “E” teremos uma nova palavra:

AME (amar) = AM (raiz) + E (terminação do advérbio)

Esta palavra indicação condição, circunstância, com a mesma raiz.

A partir da mesma palavra podemos formar quatro outras, cada uma com uma função na língua. Mas a língua não se limita a este tipo de formação. No prefácio do Unua Libro (Primeiro Livro), Zamenhof explica que cada parte da palavra funciona na língua de maneira autônoma e exemplifica essa autonomia por meio de prefixos e sufixos que, ligados à raiz, ampliam o seu sentido e possibilitam a formação de outras palavras, sem consulta ao dicionário.

Observação: Cabe a informação de que o sistema inovador dos afixos, apesar de existir nas línguas modernas, não funciona de forma totalmente eficaz. Entretanto, este sistema criado por Zamenhof constitui, por assim dizer, o espírito da língua, que permitirá ao aluno brincar com ela, como um jogo de montar. Este jogo linguístico ensina ao aluno que não há limites na criação de palavras. A partir de uma só ideia é possível criar milhares delas. Falar uma palavra, ou uma frase em Esperanto torna-se, então, uma brincadeira que exercita a mente.

Se precisarmos formar uma palavra com mais de uma raiz, isso também é possível, com uma vantagem: basta juntar as raízes. Não é necessário tirar nade de uma raiz ou de outra – como costumamos dizer, “quebrando” as partes das palavras – para formar outras novas. Vejamos algumas palavras composta em português:

  • guarda-chuva (guarda + chuva)
  • pé-de-moleque (pé + de + moleque)
  • salva-vidas (salva + vidas)

Nelas duas ou três palavras se juntam para ampliação de uma ideia que uma só palavra não conseguia expressar. Porém, há muitos casos em que esta junção não é tão perfeita. Por exemplo:

  • sanguessuga (sangue + suga)
  • girassol (gira + sol)

Nestes casos, devemos acrescentar uma letra “S” na junção. Outros exemplos:

  • psicanálise (psico + análise)
  • pernalta (perna + alta)
  • vinagre (vinha + acre)

Nestas palavras, além de uma das vogais ser retirada na junção (psicanálise e pernalta), pode haver mudanças na escrita (vinagre). Em Esperanto, basta juntar as raízes, levando em consideração que a raiz principal fica sempre no final da formação: raiz secundária + raiz principal + terminação (vogal final). Portanto: A raiz principal de uma palavra composta fica no fim.

Em português, na composição “cartão de visita” a ideia principal é a de cartão. Este cartão é específico, utilizado para ser entregue durante uma visita. Com este raciocínio, construímos a palavra composta em Esperanto dessa forma:

VIZIT + KART + O = VIZITKARTO (Cartão de visita)

A palavra cartão, em Esperanto, é KARTO. Visita em Esperanto, é VIZITO. Em geral, a raiz principal se mantém intacta, enquanto a raiz que complementa a ideia se junta a ela sem a letra “O”. Ou seja, escrevemos somente a raiz secundária.

Outro exemplo: na composição “barco a vapor” a ideia principal é a de barco. Trata-se de um tipo especial de barco. Em Esperanto:

VAPOR + ŜIP + O =VAPORŜIPO (Barco a vapor)
(raiz secundária) + (raiz principal) + (terminação do substantivo)

Mais um exemplo, desta vez, com adjetivos compostos: a palavra “nacional” é NACIA (NACI + A), e “internacional” (entre nações), cuja ideia se concentra na raiz principal (nacional), forma-se desta maneira:

INTER + NACI + A = INTERNACIA (Internacional)
(raiz secundária) + (raiz principal) + (terminação do adjetivo)

Observação: a palavra INTER (entre) é uma preposição. Por isso, é invariável, com acento tônico na vogal “I”.

Outro exemplo, ainda, com verbos compostos: a palavra falar é PAROLI (PAROL + I). O termo para conversar (falar entre pessoas) é composto. Vejamos:

INTER + PAROL + I = INTERPAROLI (Conversar)
(raiz secundária) + (raiz principal) + (terminação do verbo)

Vamos praticar: Qual a diferença entre “cana-de-açúcar” e “açúcar de cana”? Suas raízes principais:

cana-de-açúcar = raiz principal: cana
açúcar de cana = raiz principal: açúcar

Em Esperanto:

SUKER + KAN + O = SUKERKANO (Cana-de-açúcar)
(raiz secundária) + (raiz principal) + (terminação do substantivo)

KAN + SUKER + O = KANSUKERO (Açúcar de cana)
(raiz secundária) + (raiz principal) + (terminação do substantivo)


Fonte: “O Esperanto é muito mais!”

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