A chamada língua universal foi criada por volta de 1887 por Ludwig Lazarus Zamenhof (1859 – 1917), oculista e filósofo polonês. Sua intenção era gerar maior entendimento entre os povos. Para ele, e os mais de 100 mil adeptos que hoje falam esperanto no planeta, a adoção de uma língua única pela humanidade seria uma solução para a desarmonia entre as nações.
O termo esperanto, significa “aquele que tem esperança” e a pedra angular dessa língua criada artificialmente é o livro Fundamento do Esperanto, que Zamenhof publicou em 1905, apresentando os 15 mil vocábulos básicos — que podem ser combinados para formar novos termos — e sua gramática, mais do que econômica, com apenas dezesseis regras.
“A ideia era criar uma forma facilitada de comunicação, um idioma simples, que atravessasse fronteiras e pudesse ser absorvido em pouco tempo. Infelizmente, línguas artificiais, formadas sem o conhecimento e o sentimento de um povo, ficam com vocabulário restrito e acabam não tendo efeito. Daí a dificuldade em fazer o esperanto se popularizar”, diz o linguista Luiz Augusto Tatit, da Universidade de São Paulo (USP).
Qual a origem do esperanto?
O idioma esperanto foi criado em 1887, por um judeu polonês, o médico Lázaro Zamenhof.
Zamenhof criou a primeira versão do esperanto ainda na sua adolescência, para criar uma solução para um problema de ordem prática. Bialystok, a região onde ele morava (onde hoje fica a Polônia e que, na época, integrava o Império Russo), tinha uma característica especial. Ali, viviam muitos povos de culturas e línguas diferentes, o que dificultava a compreensão.
Mas foi em 1887 que Zamenhof lançou seu primeiro livro lançado sobre a língua esperanto. A publicação foi feita em russo, e já trazia as 16 regras gramaticais existentes nesse idioma. Reunia, também, instruções sobre a pronúncia, uma pequena lista de vocabulário e alguns exercícios básicos.
Em 1905, o primeiro Congresso Universal de Esperanto foi realizado na França, reunindo quase mil participantes. No ano seguinte, 1906, foi fundado na cidade de Campinas o primeiro grupo esperantista brasileiro, o Suda Stelaro.
Quantas pessoas falam esperanto?
Já falamos aqui que um dos enigmas da Humanidade é o real número de esperantistas no mundo. Porém, hoje, estima-se que mais de 2 milhões de pessoas falem o esperanto. Esse idioma, assim como os demais, tem sua própria cultura, literatura, revistas…
A diferença é que, ao contrário das demais línguas, o esperanto não tem um país ou um povo próprios. Ele é falado por uma comunidade de entusiastas que o mantém vivo em cerca de 120 países espalhados pelo mundo.
Isso demonstra que a criação do esperanto atingiu seu propósito, já que essa língua não foi criada para substituir nenhum dos idiomas naturais, e sim para tornar-se uma língua franca. Ou seja: uma língua que facilitasse a comunicação e o compartilhamento de conhecimento entre os diversos povos e culturas.
De onde vem o nome desse idioma?
O livro lançado por Zamenhof foi intitulado “Unua Libro de la Lingvo Internacia” (Um livro da língua internacional). A palavra “esperanto” veio do pseudônimo usado pelo autor: “Dr. Esperanto”. A palavra, nesse idioma, significa “aquele que tem esperança”.
Zamenhof tinha grandes pretensões para o idioma. Ele acreditava que essa nova língua poderia ajudar a promover a paz entre os povos, eliminando os conflitos que nascem das barreiras culturais e linguísticas. Infelizmente, esse objetivo não chegou a se concretizar. A Primeira Guerra Mundial iniciou alguns anos depois que o esperanto começou a ganhar popularidade.
Anos depois, durante a Segunda Grande Guerra, o partido nazista tentou desacreditar o esperanto e perseguir aqueles que falavam a língua. Esse idioma internacional criado por um judeu foi visto como uma ameaça aos ideais nacionalistas do nazismo.
Quem fala esperanto? Onde esse idioma é falado?
Embora o esperanto não pertença a nenhum país, ele tem uma comunidade internacional de falantes. É um idioma que vai além de qualquer fronteira geográfica.
Como já dito, há estimativas de que mais de 2 milhões de pessoas em 120 países tenham aprendido esse idioma. Mas a verdade é que estes números podem ser bem maiores, já que não existe uma entidade internacional que acompanhe e registre o crescimento da língua.
Entre os esperantistas famosos, há nomes, entre outros como o do escritor francês Júlio Verne (escritor francês), do autor russo Liev Tolstoy, do Papa João Paulo II (polonês de nascimento) e do ator canadense William Shatner. Sim… o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas.
Além disso, o esperanto também tem uma presença significativa online. A Wikipedia já contabiliza mais de 300 mil artigos nesse idioma, que também é uma das mais de 100 línguas suportadas pelo Google Tradutor.
Por que aprender esperanto: 4 razões
Mas por que as pessoas se interessam em aprender um idioma que não pertence a país nenhum? E por que aprender uma língua criada há mais de 120 anos?… Confira quatro bons motivos:
É uma língua internacional
O esperanto pertence a uma comunidade de pessoas que escolheram voluntariamente usá-lo para se comunicar… com pessoas que falam o mesmo idioma nos quatro cantos do mundo!
Como mencionamos acima, o conceito original foi justamente desenvolver uma língua internacional. Uma língua que rompesse as barreira do idioma, que dificultam a comunicação entre países e culturas diferentes e impedem as discussões mundiais.
O esperanto reflete uma cultura única
A cultura dessa língua está associada a um ideal: que todo mundo tenha acesso aos mesmos meios de comunicação, sem discriminação linguística. Todos partem do mesmo ponto. Ninguém tem a vantagem de falar a língua como um nativo, e todo mundo deve aprendê-la para poder se comunicar.
Outro objetivo dessa língua é a educação internacional. A ideia de que o mundo todo tenha acesso ao mesmo saber, independente da nacionalidade ou do estilo de vida.
Atualmente, se um país quer ter acesso ao mercado internacional, ele precisa usar o inglês, idioma dominante nos negócios globais. O uso extenso desse idioma como língua franca entre povos do mundo todo chegou a dar origem a um termo específico: o Globish. Mistura das palavras Global e English, ela é uma “versão simplificada” do inglês. E parte da premissa de que, com apenas 1.500 palavras (cuidadosamente escolhidas…) e uma gramática simplificada, você já consegue se comunicar.
Esperanto é fácil de aprender
Dizem que as pessoas podem aprender o esperanto cinco vezes mais rápido que qualquer outra língua. Mas por quê?
- nesse idioma, todos os substantivos terminam com a letra “o”
- … e todos os adjetivos terminam em “a”.
- essa língua tem apenas 16 regras gramaticais
- sua pronúncia é muito simples, já que cada letra corresponde a um único som
- seu sistema de conjugação é baseado na lógica
- para aprender a língua esperanto, você só precisa memorizar 100 radicais de palavras. Em seguida, pode usar a lógica matemática para construir o resto do vocabulário do qual você precise.
Quem fala esperanto tem vantagens para viajar pelo mundo
Se todos falássemos a mesma língua, isso iria nos aproximar uns dos outros… e, na verdade, é bem o que acontece!
Quem fala esperanto tem acesso ao que chamamos de Pasporta Servo. O “Pasporta Servo” é um tipo de serviço de hospedagem de baixo custo para as pessoas que falam o idioma.
Você pode usá-lo para conhecer muitas outras pessoas. E também para encontrar um lugar barato para dormir, se hospedando com outras pessoas que falam a língua.
Via Superinteressante e Mosalingua
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