A ortografia do esperanto se caracteriza por cada letra corresponder a um fonema, e cada som ser representado por uma letra. Isso facilita a leitura e a escrita, pois, obviamente, pode-se escrever corretamente uma palavra usando a memória auditiva, e pronunciá-la corretamente sem ter que lidar com exceções e irregularidades; o que é muito desejável para uma ortografia.

Alfabeto

O alfabeto do esperanto é composto de 28 letras baseado no alfabeto latino, vinte e duas das quais são idênticas às do português; apenas q, w, x e y foram omitidas. Existem também seis letras com diacríticos: ĉ, ĝ, ĥ, ĵ, ŝ, e ŭ (que são c, g, h, j, e s circunflexo, e u breve).

O esperanto tem as seguintes letras:

A B C Ĉ D E F G Ĝ H Ĥ I J Ĵ K L M N O P R S Ŝ T U Ŭ V Z (Maiúsculas)
a b c ĉ d e f g ĝ h ĥ i j ĵ k l m n o p r s ŝ t u ŭ v z (Minúsculas)

Pronúncia

Cada letra representa um fonema, e vice-versa. As vogais não são nasalizadas em momento algum.

A pronúncia das letras é a mesma que aquela do português para as seguintes letras: B, F, K, P, U, V, Z. Às demais letras há os seguintes sons:

A: deve-se pronunciar abertamente, nunca nasalizado, mesmo seguido de “m” ou “n”. Exemplo: a palavra “amo” (amor) pronuncia-se como á-mo, não como ãmo. “Esperanto” pronuncia-se: Es-pe-rá-nn-to, não como Es-pe-rãn-to.

C: pronuncia-se como “ts”. Exemplo: “paco” (paz) se pronuncia: patso/patço.

D: com as vogais a, e, o, u, não há problemas, mas os brasileiros devem tomar cuidado ao pronunciar “di”, pois não se deve pronunciar como “dji”, e sim como o “di” pronunciado em Portugal ou no Rio Grande do Norte.

E: não é aberto como em “é”; prefere-se o som fechado como “ê”, mas segundo Zamenhof, o som deve ser médio.

G: é sempre como em “guerra”, “gato”, “gosto”, e nunca como em “gente” (para esse som, usa-se Ĵ).

H: é sempre aspirado levemente, como na palavra inglesa “house”.

J / I: j é um “i” semivogal. Exemplo: “kaj” (que significa a conjunção “e”) se pronuncia “kai”; a letra esperantista “I” equivale ao “i” português: a palavra “balai” se pronuncia “ba-la-i”, um hiato, e não um ditongo.

L: Em algumas regiões do Brasil às vezes sofre leniência e pronuncia-se como “u”, ex: “papel”, enquanto noutras e em Portugal, como “ł”. Já em esperanto, pronuncia-se sempre como “l”.

M / N: não nasalizam as vogais, ao pronunciar o “M”, deve-se falar o som da vogal, e fechar a boca bruscamente, para o n deve-se pronunciar a vogal e levar a língua até a parte interior dos dentes superiores. “M” e “N” soam diferente entre si, mesmo ao fim das palavras: Kiam (quando) é diferente de Kian (kia + acusativo).

O: assim como o “E” e o “A”, deve ser pronunciado de uma única forma (não alternar entre “ô” e “ó”). Portanto, é costume ensinar que a pronúncia é sempre “ô” no Brasil.

R: é sempre dental, nunca gutural, ou seja: deve-se pronunciar “tremido”; para isso, deve-se levar a ponta da língua até a parte interior dos dentes superiores e com um sopro de ar vibrá-la, tanto antes como depois de vogal, ou em dígrafos como pr, br, kr, etc. “Brazilo” se pronuncia exatamente como um falante de português leria. Deve-se tomar cuidado para não estender ou encurtar essa vibração – ela deve ser média.

S: sempre como “ç/ss”, mesmo no fim das sílabas, nunca como “z”.

T: em “ti” nunca pronunciar “tchi”, como é costume na maior parte do Brasil.

Letras especiais do esperanto

Ĉ: pronuncia-se como “TCH” na palavra “tchau” ou em “tcheco” ou, ainda, em “atchim!”.

Ĝ: pronuncia-se como “DJ” como na palavra inglesa “John” e em “dia” (na maioria dos sotaques brasileiros).

Ĥ: um “h” fortemente aspirado, é uma fricativa velar surda, pouco usado no esperanto, tendendo a ser substituído por “K”. A diferença entre o “H” e o “Ĥ” é que o ponto de articulação do “Ĥ” é o mesmo do “K”, enquanto o “H” assemelha-se mais a um suspiro.

Ĵ: igual ao “J” do português.

Ŝ: pronuncia-se como “CH” na palavra “chave”, por exemplo.

Ŭ: um “u” semivogal, “Eŭropo” (Europa) se pronuncia: Eu-ro-po, se escrevermos Europo, ler-se-ia: E-u-ro-po.

Tabela resumida de pronúncia:

MinúsculasMaiúsculasPronúncia AFIPronúncia SAMPAExemplos
aA/a//a/árvore
bB/b//b/bola
cC/ts//ts/tsunami
ĉĈ/tʃ//tS/atchim
dD/d//d/damasco
eE/e/ ou /ɛ//e/ ou /E/português
fF/f//f/filho
gG/g//g/gato
ĝĜ/dʒ//dZ/adjectivo
hH/h//h/home (inglês)
ĥĤ/x//x/jueves (espanhol)
iI/i//i/ideia
jJ/j//j/comboio
ĵĴ/ʒ//Z/João
kK/k//k/casa
lL/l//l/leão
mM/m//m/amor
nN/n//n/nuvem
oO/o//o/ovo
pP/p//p/pátria
rR/r/ ou /ʁ//r/ ou /R/cores
sS/s//s/sapo
ŝŜ/ʃ//S/xá
tT/t//t/todos
uU/u//u/uva
ŭŬ/w//w/Europa
vV/v//v/vale
zZ/z//z/zangão

O Sistema X

Historicamente era comum estarmos em situações onde não é possível escrever as letras ĉ, ĝ, ĥ, ĵ, ŝ, ŭ, por falta de tipografia adequada. Era habitual substituir, então, as letras especiais por cx, gx, hx, jx, sx, e ux. Exemplos:

serĉi → sercxi
manĝi → mangxi
ĥirurgio → hxirurgio
ĵurnalo → jxurnalo
ŝuo → sxuo
malgraŭ → malgraux

Obviamente é desejável usar a tipografia original do esperanto, por ser muito mais fácil de ler e compreender.

O Sistema H

O sistema “h” funciona do mesmo modo, e nas mesmas circunstâncias que o sistema “x”, mas usando o “h”. Esse sistema foi proposto pelo próprio Zamenhof (incluído no Unua Libro), e era o mais popular no começo da história e difusão do esperanto. Mais tarde observou-se o maior uso do sistema “x”. Exemplos:

serĉi → serchi
manĝi → manghi
ĥirurgio → hhirurgio
ĵurnalo → jhurnalo
ŝuo → shuo
malgraŭ → malgrau

Um detalhe do sistema “h” é a não substituição do caractere “ŭ” por “uh”, tanto por questões estéticas, quanto por questões de ambiguidade.


Via Wikipedia

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