Hoje em dia, existe um aparelho eletrônico que nos auxilia a localizar determinada rua no mapa, o GPS, traduzido em Esperanto por Tutmonda Loktrova Sistemo (Sistema de Posicionamento Global). Esta língua possui um recurso com função semelhante, exercida por esse acusativo, em particular, pois indica precisamente localização e direção. O acusativo aponta o “alvo” do movimento em uma frase composta de sujeito, verbo e objeto direto.
Mi manĝas pomon.
Eu como maçã.
O que garante o sentido na frase é a identificação do objeto, do “alvo, da palavra que contém a letra “n” em seu final (pomon), que recebe a ação do verbo, enquanto a palavra sem “n” pratica a ação. Outro exemplo:
Mi amas vin.
Eu amo você.
Mesmo se a ordem das palavras fosse trocada, o sentido seria mantido, uma vez que estão bem definidas as funções de cada ideia na frase acima:
- Mi (eu – pratica a ação)
- Amas (amo – verbo)
- Vin (você – recebe a ação, ou seja, é o alvo do movimento)
Considerando o acusativo como marcador do alvo do movimento, podemos observar como ele se comporta para indicar a direção em outras frases:
La birdo flugas en la ĉambro.
O pássaro voa na sala.
Na frase acima, o pássaro está voando dentro de um local específico. Ele está voando na sala. Não precisou se descolocar deste espaço.
La birdo flugas en la ĉambron.
O pássaro voa para dentro da sala.
Nesta frase, o pássaro se deslocou, dirigindo-se para dentro da sala, fato indicado pela letra “n” no final da expressão “en la ĉambron”. Vejamos outra frase:
La kato saltas sur la lito.
O gato salta em cima da cama.
O gato já se encontra “em cima da cama” saltando.
La kato saltas sur la liton.
O gato salta para cima da cama.
Desta vez, o gato estava em outro lugar e saltou “para cima da cama”.
Mais um exemplo:
La hundo kuras sub la tablo.
O cachorro corre debaixo da mesa.
O cachorro já está correndo “embaixo da mesa”.
La hundo kuras sub la liton.
O cachorro corre para debaixo da mesa.
Neste exemplo, o cachorro, que estava em outro lugar, corre “para debaixo” da mesa.
O uso das primeiras expressões sem a letra “n” do acusativo é exatamente o uso da regra da preposição, como pode ser visto com as palavras “en” (em, dentro de), “sur” (sobre, em cima de) e “sub” (sob, abaixo de). Tanto o pássaro (birdo), quanto o gato (kato) ou o cachorro (hundo) têm localização definida. Esta regra é usada apenas quando já um deslocamento de um ponto A para um ponto B, sendo o lugar para onde se dirige o alvo do movimento marcado com a letra “n”, mesmo depois de uma preposição:
O acusativo, quando usado após uma preposição, indica direção.
Em português, usamos as palavras “onde” e “aonde”. “Onde” é usada para perguntar pela localização (em Esperanto, kie). “Aonde” é usada para perguntar pela direção de uma pessoa, coisa ou animal (em Esperanto, kien). Tanto em uma língua quanto na outra, a diferença é marcada por uma simples letra:
- Onde (português) Kie (esperanto) = Indicam localização.
- Aonde (português) Kien (esperanto) = Indicam direção (apontam para o alvo)
Se perguntarmos:
Kie la birdo flugas? (Onde o pássaro voa? Em que lugar o pássaro voa?)
A resposta poderá ser:
La birdo flugas en la ĉambro.
O pássaro voa na sala.
Esta resposta deve remeter à localização do pássaro, por conta do uso da palavra kie (onde).
Já para a pergunta:
Kien la birdo flugas? (Aonde o pássaro voa? Para que lugar o pássaro voa?)
A resposta poderá ser:
La birdo flugas en la ĉambron.
O pássaro voa “para dentro da sala”.
A resposta deve remeter à direção do pássaro.
Fonte: “O Esperanto é muito mais!”
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