O albanês é uma fascinante língua originária do sul da Europa. É língua oficial da Albânia e também do Kosovo, além de ser uma língua minoritária em várias outras regiões nos Bálcãs.
A seguir alguns dos fatos mais interessantes sobre esta bela e curiosa língua, sem dúvida alguns destes serão o suficiente para você querer aprender pelo menos um pouco de albanês.
Diáspora albanesa
O termo diáspora (em grego clássico: διασπορά, “dispersão”) em termos gerais define o deslocamento ou dispersão, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona para várias áreas distintas.
A diáspora albanesa — que é o total de albaneses fora do seu país natal — é muito maior do que o número de pessoas que vivem dentro da Albânia. Embora a Albânia tenha uma população de pouco mais de 3 milhões de pessoas, estima-se que haja cerca de 7 milhões de falantes de sua língua espalhados pelo planeta.
Língua isolada
O albanês é frequentemente descrito como uma língua isolada dentro da família indo-europeia, o que significa que não tem uma relação direta com outras línguas da mesma família. A língua foi, no passado, associada ao ramo germânico ou ao ramo balto-eslavo, mas hoje sabemos que o albanês é um ramo único, sem parentes próximos conhecidos. Embora algumas características do albanês lembrem as línguas ilírias antigas, não há evidências suficientes para confirmar uma conexão direta entre o albanês e o ilírio.
História incerta
A origem do albanês ainda é incerta, e os estudiosos não têm consenso sobre qual língua ou grupo de línguas ele evoluiu. A teoria mais amplamente aceita sugere que o albanês seja descendente das línguas faladas pelos ilírios, um grupo de povos antigos dos Bálcãs. No entanto, devido à falta de registros suficientes das línguas ilírias, a relação exata permanece vaga.
O fato de poucos exemplos de línguas ilírias terem sobrevivido até hoje também não ajuda. Os idiomas ilírios formavam um grupo de línguas indo-europeias faladas na parte ocidental dos Bálcãs pelos povos conhecidos na Antiguidade e posteriormente como ilírios: ardieus, dálmatas, panônios, autariatas e taulâncios.
Dois dialetos principais
O albanês é tradicionalmente dividido em dois grupos principais de dialetos: Tosk e Gheg. O Tosk é falado no sul da Albânia, enquanto o Gheg é falado no norte. A linha divisória entre os dois dialetos é o rio Shkumbin. Existem também vários subdialetos nas áreas de transição, que tornam a distinção entre Tosk e Gheg mais complexa.
Várias versões oficiais
Antes da chegada do regime comunista à Albânia, o albanês não tinha uma forma padronizada oficial. No início do século XX, a Comissão Literária Albanesa tentou estabelecer um padrão que incorporasse aspectos de diferentes dialetos, incluindo o subdialeto Elbasan. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, o regime comunista optou por adotar o Tosk como base para o albanês padrão, tornando-o a língua oficial do governo e da literatura.
Tosk e o albanês-padrão
A versão padronizada do albanês é baseada no dialeto Tosk, embora alguns aspectos do Gheg também tenham influenciado a forma moderna da língua. O albanês-padrão é utilizado no governo, na educação e na literatura. Nos últimos anos, surgiu um movimento para preservar o Gheg como uma forma literária, o albanês oficial é de cerca de 80% do Tosk.
Uma língua, vários alfabetos
Ao longo dos anos, a língua albanesa fez uso de vários alfabetos. Em um primeiro momento, o alfabeto árabe (padrão turco-otomano) foi usado, em outro, o cirílico (usado no idioma russo, por exemplo). Além disso, vários alfabetos locais, como Todhri, Elbasan e Veso Bey foram desenvolvidos. Houve também um período em que o dialeto Tosk usava o alfabeto grego e o Gheg utilizava o alfabeto latino.
Agora apenas um alfabeto
No entanto, o alfabeto albanês moderno, padronizado em 1908, é baseado no alfabeto latino, com algumas particularidades e letras especiais, como ë, ç, e combinações como dh, gj, ll, nj, rr, sh, th, xh e zh, que representam sons únicos da língua.
Gramática complicada
A gramática albanesa é relativamente complexa, com cinco casos gramaticais: nominativo, genitivo, dativo, acusativo e ablativo. Embora os substantivos sejam em sua maioria do gênero masculino ou feminino, existem substantivos neutros raros que podem atuar como masculinos no singular e femininos no plural. Seu sistema verbal possui três pessoas, dois números, dez tempos verbais, duas vozes e seis modos.
A admiração é importante
Uma característica única da gramática albanesa é o uso de seis modos verbais reservados para expressões de surpresa e admiração. Esses modos são usados para demonstrar espanto, ironia ou ênfase em uma situação. Por exemplo, “ti flet shqip” significa “você fala albanês”, enquanto “ti fliske shqip” expressa surpresa ou admiração de que alguém esteja falando albanês.
Original: 10 Interesting Facts about Albanian (em inglês)