O finlandês pertence ao grupo fino-úgrico, que faz parte das línguas urálicas. Outros exemplos de línguas urálicas são: estoniano, que se aproxima bastante do finlandês; húngaro, que é bem diferente; e várias outras línguas faladas na Rússia, a maioria por grupos pequenos.
O finlandês tem a reputação de ser uma língua difícil de aprender. Porém, muitas dessas características consideradas difíceis se devem ao fato de que, simplesmente, são diferentes das características das línguas indo-europeias. Aprender finlandês pode ser bem mais fácil do que imaginamos, já que a gramática é bem lógica e muitas partes que podem ser estranhas à primeira vista podem ser explicadas pela história da língua.
Fácil de pronunciar
A língua finlandesa possui alguns aspectos que a tornam fácil de aprender: as palavras não possuem gênero. Tanto homens quanto mulheres são tratados com o mesmo pronome pessoal de terceira pessoa “hän” (ele/ela). Além disso, no finlandês não se usa artigo.
Existe uma grande relação entre como a palavra é escrita e como ela é pronunciada, já que um certo som corresponde sempre à mesma letra. A sílaba tônica é sempre a primeira sílaba de todas as palavras. A entonação das frases sempre decresce, até mesmo nas perguntas.
O finlandês é uma língua com muitas declinações e, por isso, possui diversos casos. A maioria desses casos é bastante regular quanto à formação e função. As terminações dos casos são adicionadas às palavras e são utilizadas para expressar as mesmas coisas que as preposições expressam: tempo, lugar, modo, posse, objeto, etc.
Os verbos também são conjugados para todas as pessoas conforme o tempo e o modo verbal.
Muitas vogais e poucas consoantes
O finlandês é considerado uma língua melódica, pois as palavras possuem muitas vogais. Na verdade, o finlandês é a única língua europeia que possui mais vogais do que consoantes em um texto qualquer. As vogais podem ser tanto curtas quanto longas, e há muitos ditongos. O finlandês também tem a harmonia vocálica, que significa que uma palavra não composta pode conter apenas vogais anteriores (ä, ö, y) ou vogais posteriores (a, o, u). As vogais “e” e “i” são neutras e podem se misturar com todas as outras vogais.
O finlandês tem poucas consoantes, mas quase todas podem ser usadas nas formas curtas ou longas. A duração do som muda o significado da palavra. As palavras normalmente não começam nem terminam com combinações de consoantes. Se uma palavra derivada de uma palavra estrangeira possui tais combinações, o finlandês tende a retirar uma dessas consoantes.
Por exemplo, a forma finlandesa da palavra alemã “Strand” é “ranta”. Exceções a essa regra são palavras mais recentes, como “presidentti” (president, em inglês). Apenas algumas consoantes podem terminar uma palavra, então algumas têm adição de vogal, como na palavra “filmi”, do inglês “film”.
Influências de outras línguas indo-europeias
Nenhuma língua consegue existir em completo isolamento e não ser influenciada por outras. O finlandês possui muitas palavras derivadas das línguas bálticas, germânicas e eslavas, originadas em períodos diferentes, mostrando o grande contato dos finlandeses com falantes das línguas indo-europeias de países vizinhos. Alguns exemplos são:
- “silta” (ponte) e “hammas” (dente), derivadas das línguas bálticas;
- “leipä” (pão) e “saippua” (sabão), derivadas das línguas germânicas;
- “lusikka” (colher) e “pappi” (padre), derivadas das línguas eslavas.
Nos últimos anos, o finlandês tem sido bastante influenciado pelo inglês, uma consequência da cultura moderna, assim como ocorre em praticamente todas as outras línguas. Porém, é interessante constatar que a língua finlandesa é conservadora e mantém muitas palavras que não mais sobrevivem em suas línguas de origem (por exemplo, “kuningas” – do germânico, que significa “rei”).